quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ensina


Às vezes só quero
Desaparecer,
Ser ar, luz, água, terra, flor,
Ser tudo,
Para ser nada em mim.

Desejo a evasão
Como um amante que desespera por um beijo,
Perdi-me
Entre os sonhos que prometeste,
Entre beijos e abraços
Que ficaram por dar,
Estás longe,
Tão longe.
Não te toco,
Não te vejo,
Não te sinto.
É um vazio,
És me tudo
Tudo em mim.
Ensina-me os passos
Que levam a ti,
Ensina-me as palavras,
Os gestos, os sorrisos,
Ensina-me a ser,
A amar, a viver!
Deixa-me partilhar
Do teu segredo,
Deixa-me afastar
Os medos e as dúvidas que te desassossegam à noite
E deixa-me dormir,
Sonhar dentro de ti,
Num canto onde o vento
Não te toque,
Onde o mundo seja luz
E ar e água e vida e nada,
Nada, nada,
Um imenso nada,
Um terrivelmente delicioso
Nada, nos incomode!

A vida é tão curta,
O céu é imenso,
Dá-me as tuas mãos,
Dá-me asas para voar.
Mostra-me o caminho
Para que me possa perder em ti.